Um desabafo + É O FIM?

Eu sei que as possibilidades de existir alguém que ainda tenha esperanças em C.H são quase nulas. Eu não vim aqui fazer um discurso infindável cheio de melancolia na intenção de fazer quem quer que seja ficar, eu vim aqui porque eu errei em deixar o Blogger parado por tanto tempo sem se quer dar uma explicação plausível para o meu sumiço, e eu preciso me desculpar por isso.
A verdade, é que eu passei alguns dias numa reflexão sobre meus projetos e cheguei a conclusão de que a porcentagem daqueles que foram concluídos é bem menor que a porcentagem dos que foram. É muito difícil pra mim começar algo e ir até o final, então ... C.H pra mim foi quase que um desafio que infelizmente eu perdi e falhei.
Eu não consegui ir até o final, apesar de querer muito, de ter uma história incrível (aliás, a que eu considero a minha melhor até agora), e a capacidade de concluí-la... Em algum momento eu não acreditei nisso. E eu peço desculpa a quem quer que tenha acreditado e esperado e vindo aqui no blogger na esperança de ver algo e não ter encontrado, eu sei o quanto isso é ruim. 
Enfim... mesmo no vão e na solidão do FICSRN eu vou concluir  C.H, porque eu sinto que é o meu dever concluir esse desafio. 
Não vou pedir paciência porque eu acredito que ninguém esteja mais entrando aqui, mas se por ventura alguém chegar a acessar o Blogger e ver esta publicação notando a ausência de continuação da história, esperem! Eu estou me inserindo novamente no enredo, e esse pode ser também o momento de você rever alguns capítulos que gostou novamente ou outros mais importantes porque eu sei que muita coisa a gente esquece. 

enfim, obrigada por tudo!

beijos
Ruth 

Quer falar comigo ou esclarecer qualquer dúvida? é só contatar meu twitter que é o @euruthnara

C.H | Fifty five days | Capítulo 16


Ciquenta e Cinco dias.



E de repente o mundo pareceu pequeno demais diante de meus olhos, tão comprimido, fechado, abafado que fazia meu coração disparado tornar inaudível as vozes ao meu redor.

- Como assim?- senti minhas mãos geladas sob a pele macia e quente de May, a segurei juntando-a mais ainda ao meu corpo como se a qualquer momento fossem a levar de mim.
O maldito pânico ataca novamente.
Observei Caleb ao meu lado. Sua expressão de sobrancelhas cerradas, lábios que se moviam lentamente dizendo o quanto aquela ação era desnecessária e prejudicial à May, e a nós. As mãos gesticulavam transmitindo toda a sua inquietude diante daquela nova notícia.
E o meu mundo girando em lentidão a medida que aquela realidade se colidia com meus pensamentos.
- Vocês estão se apavorando por um motivo não necessário. - Maik interrompeu Caleb no mesmo momento que minha órbita situou-se
-NÃO NECESSÁRIO? - Gritei apavorada, com lágrimas que corriam pelo meu rosto. - VÃO TIRA-LÁ DE MIM AOS POUCOS, ACHA QUE NÃO SEI COMO FUNCIONA? - Berrei sentido Caleb pegar May de meu colo ao perceber o quanto estava exaltada, a pequena assistia tudo atenta. Eu não queria que ela participasse disso, não queria que fosse assim, mas foi.
-Olha Senhorita Campbell - O assistente falou calmo por cima da minha respiração acelerada. -, sei que se preocupa com May como uma mãe, mas sua atitude neste momento só nos mostra seu total descontrole emocional, isso não é algo bom.
Concluiu e eu fechei os olhos jogando o corpo para trás apoiando-o no estofado com as mãos em meus cabelos.
Pensando em como um dia tão incrível tornou-se um pesadelo.
Fitei o teto sob o silêncio do ambiente e enxuguei as lágrimas rapidamente antes de voltar a encarar Maik.
-Tudo bem, me desculpe? - Pedi observando Caleb tentar por May para dormir. - Fiquei nervosa porque acho uma crueldade essa atitude.- funguei.
-Como Caleb havia dito anteriormente... May está acostumada com nossos cuidados, há coisas que os avós maternos não sabem e... E todos os procedimentos, o dia ... O que ela come, como deve vesti-la e como coloca-la pra dormir. A casa dos avós tem total conforto e comodidade pra pequena? Eles tem mesmo estabilidade pra cuidar de May devidamente como cuidamos? - Conclui suspirando em seguida completamente agoniada com meus pensamentos turbulentos. Quanto mais hipóteses surgiam, mais dúvidas se formavam.
- É isso que precisamos saber. -Disse.
Deitei a cabeça novamente no sofá e fechei os olhos sentindo o coração contorcer a medida que me imaginava longos dias sem May.
-Quando? - Perguntei, um silêncio se fez sentido no mesmo momento que observei May dormir calmamente nos braços de Parker.
-No próximo sábado, os avós virão busca-la. Peço que deixe as coisas de May organizadas. -Maik fez uma pausa antes de proceguir-, fique calma Cher apesar de ser uma fase importante, não é algo permanente.
Mas eu não conseguia me acalmar, aquela altura eu já cogitava mil e uma possibilidades e me martirizava com o medo de não ter sido suficiente pra May.
Ao mesmo tempo que queria muito que a menina ficasse bem, e que se adaptasse, não sofresse com essa mudança tão brusca... Eu não queria.
Sabia que era um total egoísmo sem cabimento, mas era a dura realidade qual eu teria que enfrentar para que conseguisse ficar com May.
Era exatamente assim que teria que ser.
O inverso do melhor, teria que ser ruim, mesmo que eu não quisesse.
-Como estão? - O assistente mudou de assunto logo depois de eu ter assentido ainda submersa a dura aceitação.
-Estamos bem, ontem estivemos no jantar na casa dos avós de May e foi incrível, fomos muito bem recebidos. - Caleb respondeu firme.
- Sim, eu já sabia. - Maik o olhou.
- Como soube? - Parker se aproximou ainda com May adormecida em seus braços, em um tom duvidoso trajado em uma expressão de questionamento como se buscasse saber de algo que estava muito além do normal.
Maik continuou natural e ainda assim encostou suas costas no assento para ficar mais confortável.
- Sobre o que? - Ele respondeu.
- Está se fazendo de desentendido -Disse - Do jantar. - Esclareceu por fim sob o olhar tranquilo do psicólogo.
- Não há nada que precisa saber sobre isso. - Afirmou convicto e eu senti faíscas no momento que seus olhares se cruzaram.
Não precisava conhecer Caleb muito bem pra saber que ele duvidava de algo, restava saber o que.
-Bom, vocês já foram esclarecidos dos devidos assuntos.
Ainda estava submersa em minha bolha quando o assistente levantou-se pegando seus papéis de pressa.
- Cher, leve May para cima vou acompanhar Maik até a porta. - Parker pediu e no instante levantei-me peguei a pequena em meus braços e levei-a até seu quarto, pondo a mesma no berço parando para olha-la alguns segundos.
- Vai tudo acabar bem.- Sussurrei bejando-a, reparando em sua expressão serena de lábios vivos e bochechas coradas.
Assim que voltei notei Caleb guardar algo no bolso de sua calça, e com seu olhar pensativo sentou-se fitando algum ponto invisível na parede.
- Não está nenhum um pouco mal com toda essa situação? - Questionei notando o quanto estava frio e pensativo desde a hora que Maik dera a notícia.
- Esse tempo vai ser bom. - Ele disse. Seus lábios quase não se moviam.
Sentei-me a sua frente fazendo com que o ponto invisível que ele tanto observava fosse substituído pela face real de um ser humano: Eu.
-Você tá bem? - Perguntei franzindo as sobrancelhas tentando nem que minimamente descobrir o porquê de seu gelo.
- Estou... pensativo.
- Pensando no que ?
- Em algumas coisas.
- Desde quando precisa esconder de mim o que pensa? Ainda mais se seus pensamentos envolvem May e eu, acho que precisa me dizer o que é.
- Cher...- Caleb se aproximou tocando minha face contorcida em misto de tristeza, medo, curiosidade e receios. - Vai ser mais difícil pra você esses dias porque está com May desde o seu nascimento, pra mim também, mas não tanto quanto pra ti. - Ele olhou em meus olhos e eu senti verdade em suas palavras. - Por isso, quero que se concentre só nisso. Sem maiores problemas, deixe que o resto eu resolvo. Pode ser? - E pela primeira vez eu o entendi.
Ele não queria que sofresse por mais uma coisa, queria me privar de sentir além daquilo que estava passando e resolveu tomar pra si aquela agonia, um gesto claro de caridade e compaixão.
Assenti sentindo seus lábios tocarem em minha bochecha encostando no canto de minha boca.
- Confia em mim. - Ele sussurrou e me abraçou em seguida.
Naquele instante senti meus sentimentos mais conflitantes e incômodos desaparecerem naquele abraço que quase grudava nossos corações. E então, eu tive vontade de dizer que o amava, mas eu o amava? Talvez amasse apenas o que ele fazia por mim.
E em meio a tantas dúvidas e sentimentos misturados optei pela única certeza que tinha.
- Você foi a melhor coisa que aconteceu, obrigada.
Caleb se afastou para observar minha face e limpou as lágrimas que caiam dos meus olhos sorrindo com minhas palavras.
Quem diria! - Seus lábios vermelhos soavam como um convite irrecusável, seus olhos fitavam minha face e suas mãos em um carinho suave por meus cabelos me traziam calma. Fechei os olhos podendo desfrutar daquele momento, e sorri assim que os abri novamente para encara-lo lembrando-me de outro fator.
-Você vai me deixar? - Disse, sabendo que não poderia mais ficar sem ele.
-O que prefere? - Ele levantou as sobrancelhas grossas com olhar fixo nos meus.
-Que você fique.
-Ainda bem. - Comentou depois que respondi soltando um suspiro seguido de um sorriso de mostrar todos os dentes, lindo.
-Por que? - Perguntei quando o sentir se aproximar.
-Porque eu quero muito ficar.
Sorrimos juntos quando sua testa encostou na minha e nossos lábios se juntaram em um beijo que se aprofundou ainda mais quando uma de suas mãos apalpou uma de minhas coxas e seu corpo arrastou-se aos poucos para cima de mim. Resfoleguei entre o beijo sentindo o calor aquecer cada centímetro de mim por conta de suas carícias.
Correspondi seus toques beijando seu pescoço entre os intervalos em que sua boca estava ocupada fazendo o mesmo em mim.
Inevitavelmente meu corpo buscava o seu, como um imã que nos unia, sempre termivamos juntos.
Suas mãos apressadas buscavam a barra de minha blusa levantando-a para tocar meus seios por debaixo de meu sutiã.
Ouvi o grunhido escapar de seus lábios quando minhas mãos apalparam seu membro por debaixo da bermuda de tecido leve.
-Ah droga! Não comece o que você não será capaz de terminar Cher. -A sua voz grossa arrastou-se pelo meu ouvido e a vontade de provoca-lo ficou maior.
- Quem disse que quero que acabe? - Perguntei abafado contra seu pescoço.
E quando sua boca selou minha bochecha e eu inspirei um pouco de ar para dentro de meus pulmões senti o cheiro de queimado preencher o ambiente.
- Caleb... - Pedi arrastado, lutando contra a vontade de ficar ali.
- hummm... -Ele estava ocupado demais beijando meu pescoço e causando arrepios em meu corpo. - Porra, você é tão gostosa! -Exclamou olhando-me e eu pude notar suas bochechas vermelhas e alguns fios úmidos em sua testa.
É... o clima estava quente, tão quente que podia sentir o cheiro inundando o ar.
- Caleb o bolo! - Exclamei fazendo um sinal para que ele se levantasse.
- Que bolo? -Ele parou um segundo e quando a lembrança alcançou seus pensamentos impuros ele levantou-se depressa.
- PUTA MERDA, O BOLO! - Exclamou, correndo para cozinha com uma ereção enorme entre as pernas e comigo gargalhando logo atrás.
- Porra Cher! Já era. -Ele comentou logo depois de desligar rapidamente o forno, abrir para inspecionar o caso e verificar a gravidade da situação.
- Me deixa ver. - Pedi entrando em sua frente ainda com o riso preso na garganta.
Peguei uma das luvas e retirei a forma com o bolo de dentro do forno enquanto ouvia Caleb murmurar.
- O que vamos fazer com toda essa cobertura? -Perguntou enquanto mechia na calda de chocolate que havíamos preparado para despejar no bolo.
- Vamos fazer outro, sem problemas. Porque esse aqui, já era. -Comentei enquanto fitava o mesmo vendo que não tinha salvação para ele.
- Eu tenho uma idéia surpreendentemente melhor. - Se aproximou me encurralando entre o mármore que dividia a cozinha da sala. Seus olhos carregavam um brilho líquido de pura malícia que paralisaram meus sentidos por alguns instantes.
- Qual seria? - Questionei erguendo uma das sobrancelhas, na intenção de não evidenciar minha real excitação.
E então um de seus dedos encostou em minha boca e o cheiro do doce rapidamente atingiu minhas narinas.
Eu estava submersa nos pensamentos que carregavam o teor do porque daquela atitude, quando os seus lábios sugaram os meus lentamente absorvendo o conteúdo ali posto.
Foi o exato momento em que fui a loucura, fechando os olhos ao imaginar aquela mesma ação em outras/todas as partes do meu corpo. Minhas mãos se engrenharam nos seus cabelos no meio do beijo enquanto as suas apertavam minha bunda com vontade.
- Olha, -Ele resfolegou com sua testa colada na minha e seus olhos vidrados nos meus. - não tá dando mais. - Continuou, e eu vi suas pálpebras cobrirem suas íris maliciosas.
Respirei fundo deixando que o ar saísse de meu nariz lentamente e assim que seus olhos se fixaram nos meus, eu sorri tocando sua mão de dedos cobertos por uma fina camada de chocolate e os trouxe até meus lábios lambendo um deles.
Caleb soltou um riso nasalado e assim que libertei sua mão das minhas, senti o pressionar de seu corpo contra o meu com violência.
Sua ereção roçou em minha cintura, seus braços rodearam meu corpo e suas mãos apertaram minha bunda com uma força indolor.
Gemi em seus lábios incapaz de conter aquela reação.
- Você não tem noção do que tá fazendo comigo. - Ele disse as palavras que saíram quase que por de trás de seus dentes, seu maxilar travado fazia com que sua mandíbula movesse, meus olhos se prenderam ali enquanto suas palavras me traziam arrepios constantes como ondas que passeavam pela minha pele e me ocasionavam uma excitação fora do comum.
Me aproximei de seu rosto, precisando ficar na ponta dos pés para trazer seu ouvido para mais perto de meus lábios.
- Eu quero mais. - Afirmei e observei os pelos de sua nuca se eriçarem, seu cheiro másculo chegou a minhas narinas me inebriando por alguns segundos.
May chorou no andar de cima nos fazendo se afastar revirando os olhos e bufando no mesmo instante, olhei para Caleb e gargalhei enquanto observava o mesmo ir ao banheiro.
Subi para pegar o bebê que chorava no quarto sentindo meu corpo em combustão, reclamando pelo abrupto afastamento e a ausência do calor que emanava de Caleb e transferia para mim.





No dia seguinte, as nuvens branquinhas de céu azul pintaram o cenário da cidade que era aquecida pelo sol que também fazia parte daquela paisagem.

Assim que abri meus olhos e toquei o lado direito do colchão senti a falta de Caleb, sentei-me na cama e observei ao meu redor.
Procurei pelo relógio na persiana e quando o encontrei notei que o mesmo marcava exatas 6:17AM, cedo demais para levantar em um domingo.
Deitei novamente e concentrei-me em tentar dormir de novo, porém a tentativa falhou quando a realidade dos dias seguintes chocou-se com meus pensamentos roubando-me o pouco de sono que ainda me restava.
May não estaria mais ao meu alcance durante dois meses. Suspirei de olhos fechados, dois longos meses.
De certo que ainda teríamos os fins de semana com ela, mas essa idéia não me acalmava. Ficaria completamente preocupada e ligaria todos os dias com toda certeza que cabia em mim.
Decidi levantar e assim que meus pés tocaram o chão e meus olhos alcançaram o calendário na persiana, o círculo redondo em volta do número 22 me fez lembrar daquela data tão importante.
May faria 10 meses no próximo sábado, coincidentemente no dia em que viriam para leva-lá.
Meus olhos umidesseram ao imaginar a cena de May indo embora, sendo arrancada de meus braços.
Lutei firmimente contra a vontade de chorar e levantei-me indo em direção ao banheiro.
Não lamentaria mais.



Quando já estava devidamente vestida de shorts jeans, blusa fresca e o meu par preferido de sapatenis, parei em frente ao quarto de Caleb e abri a porta lentamente.

Meus olhos alcançaram a cena graciosa de May envolta dos braços másculos de Caleb e eu quase era capaz de sentir o cheiro delicioso de sua pele macia sob a cama coberta por edredons claros.
Os dois dormiam calmamente.
Sem problemas e preocupações como se nada fosse capaz de tira-los daquela paz, nada era. Encostei a porta lentamente na intenção de evitar barulhos e inevitavelmente um sorriso apareceu em meus lábios.
Um intervalo breve de felicidade que aqueceu meu coração e o encheu de esperanças e expectativas boas.
Preparei um café, e em seguida chamei por Roger que em segundos se pôs a minha frente.
- Que tal aquele passeio de domingo grandrão? - Perguntei sorrindo enquanto minhas mãos acarissiavam seus pelos, ele latiu alto.
- Shiii! Roger não faça barulho. - O repreendi com um sorriso ainda preso em meus lábios, ele ainda emitiu um som mas se aproximou cheirando-me com intervalo de lambidas em minha bochecha. - Vejo que gostou da idéia grandrão.
Fiquei de pé para pegar sua corrente e voltei para prende-lá devidamente em sua coleira.
Deixei uma mensagem para Caleb em um papel preso no imã da geladeira, e enfiei alguns dólares no bolso do shorts saindo com Roger em seguida para um passeio pelas ruas de Londres.



- Hey... Por favor! - Uma voz feminina soou atrás de mim fazendo-me virar para fitar uma linda moça de cabelos curtos castanhos brilhosos correr em minha direção, juntei as sobrancelhas e esperei a mulher se aproximar visto que vinha até mim.

-Puta que pariu! - Ela soltou assim que me alcançou. - Estou completamente perdida nesta porra. - Disse e eu sobressaltei com seu vobulario notando que Roger cheirava o chão a procura de algo que pudesse brincar ou por na boca.
- Do que precisa? - Perguntei sorrindo achando engraçada a forma que ela apoiava as mãos sobre os joelhos para descansar da corridinha que tinha feito até mim.
- Nossa, perdão... Nem me apresentei. - Estendeu uma mão e ergueu os olhos castanhos claros para os meus, estendi a minha para tocar a sua. - Me chamo Sky, estou aqui a menos de uma semana. Vim pois estou iniciando Jornalismo na Universidade de Londres. - Ela riu. - Foda-se, você não perguntou. - Revirou os olhos com as mãos para o alto e eu ri novamente de sua forma extrovertida. - Só preciso saber aonde tem uma padaria próxima daqui. - Concluiu, e assim que ficamos alguns longos segundos em silêncio, Sky voltou a falar. - Você é muda? - Comentou em tom irônico.
- Não, calma! -Exclamei gargalhando.- É que você me abordou e disse tantas coisas, estou processando. - Fui sincera vendo-a rir também. - Estou indo agora mesmo a um lugar próximo a uma padaria, se quiser pode me acompanhar. - Sugeri.
- Ótima idéia! -Sky vibrou. - Qual é seu nome?
- Ah sim, me chamo Chelsea. Prazer em conhece-lá. - Sorri.
Caminhamos rumo ao Supermercado próximo enquanto conversávamos sobre coisas paralelas. Sky estava morando com mais dois amigos que ajudavam a pagar as despesas da casa a qual estavam alojados dividindo a hospedagem dos mesmos, todos eles estavam iniciando seus cursos na Universidade de Londres e pretendiam terminar daqui alguns anos e iniciar suas carreiras na área a qual se especializavam.
E, por algum momento ela me fez refletir sobre qual estava sendo o rumo de minha vida.
Agora com May durante dois longos meses sob os cuidados dos avós, oque eu faria?
- Falei tanto de mim, e você... O que faz? - Ela questionou dando voz a minha consciência e eu a encarei brevemente depois de voltar a fitar o caminho de volta para a casa.
O que falaria? Que era babá de uma criança que teve os pais mortos em um acidente de carro e que lutava pela guarda dela com seu tio que eu já não sabia o que era meu?
-Vou fazer uma festa familiar no próximo sábado em minha casa, você e seus amigos estão convidados. - Falei. Da onde eu havia tirado aquilo? - Nada demais, algo simplório para comemorar o décimo mês de vida de May. - Disse, percebendo que aquela idéia não era assim tão mal.
Convidaria alguns familiares de May, alguns amigos de Caleb, Perfeito.
Observei a rua a qual havíamos entrado e percebi que chegávamos próximo de onde morava.
- May ? - Sky questionou, não a olhava mas sabia que seus olhos carregavam um "quê" de dúvida.
- Olha, eu moro aqui. -Parei em frente à enorme casa e olhei para Roger.
- Que bela moradia. -Sky comentou.
- Obrigada. - Sorri voltando a encara-la.
- Apareça sábado a tarde, ficarei muito feliz em reve-la. - Afirmei com verdade, havia gostado de Sky.
- Aparecerei sim. -Sorriu.- Vou indo, moro a uma quadra daqui.
- Foi um prazer conhece-lá. - Abri um sorriso.
- Igualmente Chelsea.
Nos despedimos com um beijo no rosto e assim que entrei, Caleb me assustou.
- Quem era? -Ele perguntou sorrindo pra mim enquanto me assistia tirar a coleira de Roger para deixa-lo livre em casa.
- Sky. - Respondi.
- Conheceu no caminho? - Questionou.
- Sim.
- Bonita. - Afirmou e eu o olhei com as sobrancelhas erguidas. - não mais que você, óbvio.- Revirou os olhos concertando-se e aproximou-se de mim para deixar um beijo em meus lábios.
- Já estava com saudade. - Disse, enquanto depositava beijos em meu pescoço.
- Caleb, sábado vamos fazer algo para comemorar o décimo mês de May? - Expus a idéia mudando bruscamente de assunto enquanto tentava afasta-lo do meu pescoço, foi em vão.
- Sim, amor. - Ele positivou minha ideia, mas parecia muito mais entretido em terminar a sua tarefa de distribuir beijos em meu pescoço até me enlouquecer.
- Caleb! - Pedi e ele afastou-se, meu corpo negligenciou.
Não queria que ficasse perto, mas também não queria que ficasse tão longe, o que diabos era aquilo?
-Pensando em fazer o que? - Perguntou, despertando-me de meus pensamentos.
- Um bolo, bexigas, salgados, uns amigos seus da academia, uns parentes da família de Lillian...
- E os avós de May? - Interrogou com os olhos fixos nos meus.
- Sim. - Afirmei abaixando o olhar, sabendo que aquela festa não teria um fim tão magnífico pois a pequena seria levada por eles no mesmo dia.
- Vai ficar tudo bem, meu anjo. - O homem se aproximou novamente notando que havia mudado repentinamente para uma expressão entristecida e deixou um beijo em minha testa.
- Vai sim. - Disse, baixo quase que para mim mesma.
- Cinquenta e cinco dias. - Caleb sussurrou e eu suspirei sob seu peito.
- Cinquenta e cinco longos dias...





Para estar junto não é preciso estar perto, e sim do lado de dentro. (Leonardo da Vinci)




Nota da Autora: ÉÉÉ JÁ TÁ FICANDO CHATO NÉ? ESSA DEMORA PRA POSTAR POIS É! 
Mais  bora focar nas coisas boas? HAHAHA 
Foca nesse Lay lindooo desenvolvido pela Ana, mano.. só amores! Obrigada Anazinha. 
Beijo grande pra Mel também que é brasileira e não desiste nunca de C.H, é por vocês que eu também não desisto! 
Beijo Grande e até sabádooo (prometo!)

C.H | News | Capítulo 15

Notas Iniciais: Eu amo muito vocês, não desistam de mim por favor (risos)
CAPÍTULOS AGORA TODOS OS SÁBADOS HEEEEIN! Beijos, e boa leitura 


Notícias. 




As luzes da enorme casa davam as boas vindas a nós. Caleb saiu primeiro, mas eu não fui capaz de espera-lo dar a volta para abrir a porta por mim, tratando logo de desfivelar o cinto e sair do carro para logo em seguida retirar May de seu acento.
 -Fique calma Cher. - O lindo homem ao meu lado acalmou-me beijando minha testa assim que já estava com May em meu colo. -, vai dar tudo certo porque estamos juntos agora. -concluiu em seguida sorrindo para mim e guiando-me pelas costas para que pudêssemos seguir rumo a entrada da casa.
Meu coração não parou de acelerar, queria poder parecer suave e decidida, mas minhas mãos tremulas não deixavam.
Caleb tocou a campainha e não demorou menos que um minuto para que a porta fosse aberta, e o sorriso confiante da mulher surgiu a nossa frente parecendo tirar todo aquele ar nublado que preenchia o meu cenário, sorri de volta assim que seus olhos encontraram os meus descendo para meu colo ocupado por May que observava a cena atônita, porém calma.
-Boa Noite queridos! - Ela saldou e cumprimentou Caleb cordialmente e a mim com um beijo na bochecha. -entrem por favor, e fiquem a vontade. -pediu nos dando espaço para que pudêssemos passar.
O calor do ambiente nos deu ar de boas vindas e o cheiro suave percorreu minhas narinas,e então procurei desesperadamente por um lugar para que pudesse sentar, minhas pernas pediam clemencia devido o anterior nervosismo que preencheu meu organismo fazendo com que as mesmas ficassem bambas e tremulas.
A sala de estar foi o primeiro cômodo com o qual nos deparamos, os sofás aconchegantes me chamavam.
-Sentem-se, irei chamar meu esposo. - Senhorita Nalia comentou e eu pude ter o prazer de me sentar para observar melhor a casa onde estava.
Procurei por fotografias e coisas que fossem familiares, porém não encontrei.
Nenhum quadro de Lillian, nenhuma foto da família, nada que pudesse fazer sentir-me familiarizada. Talvez não pudesse haver nada ali, mas em outros lugares da casa.
Depois, observei com cuidado o tapete que forrava o chão, os objetos em cima das estantes, os inúmeros livros que preenchiam apenas uma parte dela, meus olhos percorreram a mesa com os talheres e pratos já postos sobre ela, para só então reparar em Caleb me observando com olhar meticuloso e sorriso nos lábios crispo.
-Está tudo bem ai? - Ele sussurrou parecendo estar longe de mim, isto causou-me certa aflição.
-Estaria melhor com você aqui do meu lado.-Sussurrei sorrindo também.
Ele levantou-se trajado em toda sua elegância e trouxe seu perfume para mais perto de mim, passando seus braços por meu ombro e distraindo May em meu colo por já começar a demonstrar sinais de inquietude.
Agora sim, estava familiarizada.
Nalia e seu esposo desceram minutos depois, com certa dificuldade para enfrentar as escadas provavelmente pela idade que se mostrava presente, notei a mulher parecer querer muito demonstrar a ausência de dores que já afetavam seu corpo, como se quisesse dizer estar na flor de sua idade. Ou seria apenas invenção de minha mente?
-Estamos muito felizes de recebe-los.-Ela afirmou mais uma vez e Caleb ficou de pé para cumprimentar o esposo de Nalia, já que eu estava com May em meu colo e dificilmente conseguiria.
O homem devolveu o sorriso e encarou-me assim que comecei a falar e Caleb voltou a se sentar.
-Também estamos muito felizes por estar aqui.-Afirmei forçando um sorriso.
Os dois sentaram-se nas poltronas logo atrás e eu me senti aliviada por Parker está ao meu lado.
May ficou inquieta, me deixando inquieta também e roubando a atenção de todos ao redor.
-Fazia muito tempo que não víamos a pequena, fico muito feliz que à tenha trazido. -Nalia desabafou fitando carinhosamente a neta.
-Por nada. - sorri de volta -, fique a vontade para pega-la se quiser. -Disse, com a intenção de deixar o clima mais ameno percebendo que o silêncio ganhava mais espaço que nossas vozes.
Coloquei May com os dois pezinhos no chão, mas ainda assim segurei suas mãos.
 -Ela ainda está aprendendo a andar. - Comentei sorrindo verdadeiro observando a pequena segurar meus dedos.
-Já está dando alguns passinhos. - Caleb continuou -, certa vez chegando do trabalho pude presenciar a cena de seus primeiros passos, foi emocionante. - Ele prosseguiu com os olhos carregados de brilho.
-Daríamos tudo para ter visto também. - Nalia desabafou sorrindo enquanto seus olhos perdidos fitavam May com delicadeza, eu sentia amor. Não podia ignorar que a avó realmente tinha carinho e apresso pela criança.
-Ainda há muitas coisas que May não faz, e tudo ainda parece ser muito meigo e primário tenho certeza que ficará feliz em presenciar muitos momentos ainda. -Disse para conforta-la.
Depois um silêncio se seguiu, com os olhos de Nalia ainda atentos aos movimentos da pequena agora sentada no tapete da sala distraída com seus sapatinhos.
-O pedacinho de encanto que Lillian deixou para nós né Ben? -Ela disse sorrindo para o marido ele assentiu. -, tudo que ela mais queria hoje está ai vivo para nós. Parece até ser maldade da vida ter dado a ela a oportunidade de ter tido oque tanto almejava e depois tê-la levado sem chance de desfrutar de um prazer que tanto queria ter tido, que era o de ser mãe. -De repente a mulher não sorria mais, e um ambiente triste formou-se ao nosso redor como se tivéssemos imersos a pensamentos em um momento de total filosofia. - Mas eu aprendi com essa perda, por mais que tenha sido difícil aceitar. - Meus olhos marejaram, não podia lembrar de Lillian ou Clark que as emoções fortes apertavam meu peito em uma saudade que jamais seria curada. - Aprendi que as pessoas não estão de passagem, viemos com um propósito, e o intuito da vida é descobri-lo para realiza-lo. Propósito de Lilly foi nos mostrar que nada é impossível desde que você queira muito e esteja disposto a tudo para tê-lo. Lillian nos ensinou muito, tenho aprendido. - Ela terminou suspirando e deixando que um sorriso moldurasse seu rosto e apertassem seus olhos claros brilhantes que me fitavam.
-Temos aprendido Senhorita Nalia. -Continuei com a voz tremula.
-E olha só que o que ela nos deixou amor, uma criancinha linda no auge de seus meses de vida como um presente do céu! -Nalia bateu palminhas para May que sorriu e todos acompanharam com risos que dissiparam o ambiente nublado que havia se formado anteriormente.
Depois conversamos sobre a rotina da bebê, alguns cuidados que temos e dentre outras coisas, através da pequena fui capaz de me soltar um pouco mais e conversar com suavidade, desenvolvendo um dialogo sadio sem que o incomodo do silêncio aparecesse para nos deixar constrangidos.
May, era sem dúvidas o meu assunto preferido.
Todos observavam a bebê sentada no chão em sua graciosidade com as bordas do vestidinho rodeando-a deixando-a ainda mais linda em sua posição, quando Sr. Ben se  pronunciou com seriedade. Percebi que o avô de May era pra lá de silencioso e de pouquíssimas palavras, mas notei-o sorrir algumas vezes por conta de algo que dizia sobre May, ele não aparentava ser muito aberto e brincalhão, mas provavelmente tinha lá seus momentos de descontração e era uma boa pessoa, em nenhum momento percebi olhares maldosos ou comentários ríspidos, ele deveria apenas ser... Fechado.
-Caleb, seu irmão Clark era proprietário de uma rede de academia, não era? - Benjamin questionou com suas sobrancelhas grisalhas totalmente franzidas e observei o homem ao meu lado assumir uma postura séria como a do velho.
Negócios em um jantar familiar?
-Proprietário, não. Mas, ele e senhorita Lillian cuidavam e muito bem da administração e algumas papeladas. O proprietário da Heroes Academy é o privilegiado Sr James, como ele nem sempre tinha disponibilidade para cuidar de todos os negócios, meu irmão assumirá o papel de cuidar de tudo isso e até mesmo fazer algumas viagens em nome do mesmo. - Suspirou após ter concluído e Senhorita Nalia me encarou sorrindo, sorri de volta.
-E como está isso agora? -Perguntou após um breve intervalo de segundos em silêncio.
-Não sei. - Sincero e direto. -, apesar de trabalhar em uma das academias não sei como está essa parte, até porque não conheço a área administrativa dessa rede.
Senhor Benjamin ficou em silêncio assentindo enquanto pensava em alguma coisa, depois de aparentemente sair da sua bolha de pensamentos teve um sobre salto e abriu um sorriso.
-Desculpe todas essas perguntas... eu realmente...-Caleb o cortou com um sorriso também aparecendo em seus lábios.
 -Tudo bem, sem problemas. -Disse negando.
-Bom...-Senhorita Nalia levantou-se roubando nossa atenção enquanto batia as mãos no vestido comprido. -Vamos jantar?
Todos sorriram assentindo enquanto ela se retirava.
-Vou por a mesa. - Continuou
-A senhora precisa de alguma ajuda?- Intervi, dizendo antes que ela saísse e não fosse capaz de me ouvir.
-Por favor querida, ficaria feliz se pudesse. - Sorriu com cumplicidade e eu me levantei deixando May sob os cuidados de Caleb.
Já na cozinha enquanto ela me passava o que seria posto a mesa, comentou sobre Parker.
-Ele deve ser um homem incrível. -Disse com olhos que pareciam sorrir.
-Sim, ele é incrível. -Afirmei, após o sobressalto que sua voz causou em mim e ri para que pudesse apaziguar meu susto.
Saímos juntas do local após pegar tudo que precisávamos para por a mesa e nos dividimos em volta dela para pôr tudo sob o vidro que a rodeava.

Assim que me sentei ao lado de Caleb no banco da frente do carro, quando já havia posto May adormecida sob a sua cadeirinha bem protegida logo atrás de nós,
suspirei.
Como se pudesse por para fora toda tensão que havia estado comigo durante o jantar inteiro, tudo havia sido perfeito, os avós de May tão gentis conosco e para com ela, sentiram-se triste quando dissemos que apesar de tudo estar maravilhoso, precisávamos ir, pois a pequena já estava exausta.
Ben, beijou a testa da menina e sorrio olhando-a nos olhos  verdes, uma cena que ficará gravada em minha mente como prova de que o amor estava ali, senhorita Nalia fizera o mesmo assim que chegamos a porta e May sorrirá para eles como se soubesse que era hora de partir.
Jurei ter visto os olhos claros do casal umedecerem, mas preferi ignorar o pensamento de perguntas que formavam em minha mente sobre serem lágrimas de emoção ou tristeza.
Eu tinha esse problema, o de pensar demais. Meu cérebro fazia tantas conexões e por este motivo chegava a conclusões não lógicas.
-Você foi perfeita. - Caleb sussurrou ao meu lado e eu olhei-o, o mesmo me encarava com as íris brilhosas parecendo até orgulhoso, eu abri um sorriso na tentativa de esconder minhas inseguranças.
-Obrigada. -Sussurrei enquanto sentia Parker aproximar-se fazendo meu coração disparar em uma velocidade quase desconhecida. -, se não fosse por você... Talvez não tivesse vindo.
-Eu sei que você seria capaz de tudo sozinha. -Concluiu fechando os olhos, fiz o mesmo sentindo uma de suas mãos em minha coxa e seus lábios nos meus.
Nos beijamos, calmo e demoradamente e aquilo foi o que precisava para me acalmar e ocupar minha mente de meus pensamentos turbulentos.

Uma semana depois...
Havíamos tido um sábado incrível, os dias que Parker estava em casa conosco eram sem dúvidas os melhores da semana, e agora completamente sujos de ingredientes para um bolo nos divertíamos na tarefa de preparar um com cobertura de chocolate, mas com o homem e May uma simples tarefa tornava-se o mais extenso desafio.
-Caleb, Não! - Assim que virei para observa-lo a farinha foi de encontro a minha roupa. - não acredito que fez isso! -exclamei procurando algo que pudesse arremessar contra ele, o mesmo ria descontroladamente com May em seu colo que observava a cena gargalhando. -E você ainda acha graça! -Vociferei com um sorriso saindo de meus lábios o som da risada do bebê fazia com que minhas emoções vibrassem sendo impossível esconder a felicidade.
E então, a campainha tocou interrompendo minha próxima fala, quem poderia ser em um sábado a tarde?
Caleb P.O.V
-Pode deixar que vou lá atender. - Chelsea comentou limpando as mãos jogando o pano em qualquer lugar enquanto eu a fitava rapidamente da cabeça aos pés sem que ela reparasse.
Não... não.
-Não! Eu vou lá. - Disse rapidamente enquanto entrava em seu caminho percebendo que a mesma também estava sem sutiã, como assim? Eu to reparando nisso somente agora, quando passamos o sábado inteiro juntos com May. -Você sobe, limpa e se troca com May, enquanto eu atendo.
-Caleb... Com certeza é Abigaiul. - Ela me olhou atravessado como se eu estivesse fazendo uma crueldade em não deixa-la passar.
-Tudo bem, mas e se não for? -Perguntei enquanto ela sorria olhando para a criança em meu colo com olhos de carinho.
-Deixe de bobagem. -Ela me empurrou delicadamente e passou para o outro lado preparando-se para abrir a porta, eu me aproximei descobrindo que a minha teima não havia sido em vão.
Maik Thompson, o assistente.
-Olá! -Ele limpou a garganta após tê-la olhado com riqueza de detalhes e eu pude sentir a vergonha se espalhando pelas bochechas de Chelsea e a raiva espalhar-se pelas minhas veias, a respiração tornando-se pesada.
-Érrr... Não esperávamos pela sua visita, hoje é sábado. Por isso... Estamos, érr... assim. -A mulher olhou para trás denotando o sentido de estarmos sujos de farinha e massa de bolo, apontando pra mim ela com certeza percebeu minha cara fechada.
-Pode deixar que eu o recebo Chelsea. - Disse rude, passando a frente da mesma. - Suba e arrume May, depois volte estaremos te esperando. - Conclui a ideia inicial fazendo questão de aumentar o tom de voz, a mulher entendeu o recado, tratou de pegar May em meu colo ligeiramente enquanto eu podia sentir o olhar de Maik no traseiro da ruiva coberto por um shorts curto.
Seria muito errado se eu ousasse dar uns bons golpes nessa carinha de mamãe quero ser homem?
Ainda enraivecido dei espaço para que ele entrasse assim que Chelsea já havia subido.
-A que devo o prazer da visita? - Questionei.
-Como estão as coisas? - O loiro questionou-me com outra pergunta e eu o encarei com olhar desafiador.
-Estamos bem. -Respondi
-Vejo. -Maik lançou um olhar reprovador para minhas roupas sujas, ignorei.
-As coisas estarem bem não te agrada?
-Agrada, porque pensa isso?
-As vezes penso que não, porque eu percebo seus olhares maliciosos para Chelsea. -Ela jamais me perdoaria pelo comentário, mas eu não me sentiria bem se não o fizesse.
Maik riu, gargalhou e inconscientemente meus punhos fecharam-se.
-Fique tranquilo, não vou estragar o relacionamento de vocês dois. -Afirmou olhando-me, me aproximei um pouco mais e sentei-me de frente para o mesmo para que nossos rostos ficassem na mesma direção.
-Espero, porque eu não tenho medo de você. -Conclui ouvindo os passos de Chelsea, ela apareceu com o cabelo meio desarrumado mas roupas limpas, em seus braços, minha pequena.
A mulher sentou-se ao meu lado e encarou o assistente com olhar de preocupação, eu já a conhecia o suficiente pra saber que estava se sentindo nervosa pela presença de Maik.
-Antes de saber como foi o jantar na casa dos avós de May... - Sobressaltamos, como ele tinha aquela informação?-, gostaria de dar-lhes uma notícia urgente... - Ele desceu o olhar para os papéis em suas mãos e de repente o mundo pareceu passar em câmera lenta apenas com os nossos corações batendo rapidamente em nossos ouvidos. - Por decreto do Juiz, May ficará por um mês e vinte e cinco dias sob os cuidados dos avós maternos, enquanto isso... Caleb poderá voltar para sua antiga rotina e Chelsea para a dela, durante este tempo vocês terão direito a visitar a menina apenas aos fins de semana e as minhas visitas serão mais frequentes lá também, segue o pedido com objetivo de observar o comportamento de May Parker com os avós maternos.
O mundo parou junto com nossos corações.
O que seria de nós agora?

”O amor calcula as horas por meses, e os dias por anos; e cada pequena ausência é uma eternidade.”





- John Dryden

C.H | Invitation | Capítulo 14

Notas Iniciais: Apenas desculpas pela demora excessiva, Mel sem palavras pra você, agradeço por sempre estar aqui me incentivando a não parar, enfim boa leitura. Amo vocês! <3

Convite.

Os dois se separaram ofegantes após o beijo, e ainda de olhos fechados Caleb preparou-se para sussurrar.
-Vamos, venha dormir comigo. - Pediu por cima dos lábios crispo e vermelhos de Campbell que assentiu lutando para reorganizar as ideias em sua mente, totalmente perdida naquele momento tão profundo.
Parker pegou-a pela mão entrelaçando seus dedos e os dois seguiram para o aconchego da cama de solteiro, embora pequena suficientemente perfeita para acomodar seus corpos próximos um do outro.  Beijou o topo da cabeça de Cher quando já estavam deitados e ela fechou os olhos lentamente com aquele carinho protetor.
                                            
 -Boa noite. - Disse ela, de olhos ainda fechados em poucos segundos pegaria no sono profundo.       
 -Boa Noite, anjo. - Ele respondeu olhando-a e suspirou reparando em seus traços tão bem feitos.      
A boca, a sobrancelha, os cabelos escuros, a pele clara, as suas pequenas e quase imperceptíveis sardas espalhadas pelas bochechas coradas. Ele gostava daquela mulher, por mais que lutasse contra o sentimento tão predominante nascido do orgulho, ele guardava dentro de si o desejo tão palpável de faze-la ser dele, durante anos de sua vida nunca imaginou que fosse conhecer alguém que quisesse ter pra sempre. Porque enjoava fácil do cheiro, da boca, do sexo, da presença de outras mulheres... Mas Cher… Cher ele queria de uma forma especial, pois nunca sentiu com nenhuma outra, oque sentia ao lado dela. Aquela certeza sabe? Certeza de que está no lugar certo, fazendo o que é certo, com a pessoa certa. O seu coração estava em paz ao lado dela, e o homem decidiu naquele momento que queria ter aquela paz pra sempre. 





Na manhã seguinte Caleb levantou-se no último toque do telefone que estava na sala do andar de baixo da casa.
Passou a mão pelos cabelos sentindo raiva por ter sido despertado tão cedo.
6:00 PM, constatou olhando o relógio na persiana, deitou na cama novamente ao lado de Cher, mesmo com a consciência tranquila por ainda poder cochilar uma hora e trinta minutos, porém, uma vez que fora despertado não conseguiria voltar a dormir facilmente.
Observou a mulher descoberta ao seu lado e pensamentos impuros tomou-lhe a mente, as pernas grossas tão vistosas convidavam suas mãos para apalpa-las, o bumbum por de baixo daquele short leve também, a mulher de bruços fazia seus seios apertarem-se levemente sob o colchão e uma grande porcentagem dele ficar exposta.
Ela se mexeu, denunciando que acordaria em segundos, Parker conhecia. 
Pegou rapidamente o travesseiro atrás dele e pôs sob o colo para esconder a ereção que havia se formado arrependendo-se por não ter levantado antes.
-Bom dia. - Campbell disse enquanto virava-se para fitar Caleb a seu lado.
-Bom dia. - Foi rude, sem querer.
-Está tudo bem com você? - Ela perguntou ao notar que ele estava paralisado.
Não conseguia pensar em duas coisas ao mesmo tempo, com as duas cabeças no mesmo segundo.
 -Está sim anjo, não se preocupe. -Sorriu amarelo, percebendo que havia sido seco anteriormente e virou-se para o outro lado no anseio de que ela não reparasse muito nele.                                              A mulher estranhou o chamamento, mas estava muito mais preocupada em saber o motivo do travesseiro em seu colo mesmo depois de já ter levantado.
 Arqueou as sobrancelhas e assistiu Parker correr para o banheiro largando o objeto que segurava quando chegou na porta, Chelsea arqueou as sobrancelhas antes franzidas quando lhe caiu a fixa e ele foi capaz de escutar a gargalhada da mulher da onde estava, bufou sabendo que ela havia percebido. 
Campbell Levantou-se rindo e bateu na porta assustando Parker do outro lado. 
-Não precisa ficar com vergonha Calebzinho -Comentou entre risos -, essas coisas acontecem com os melhores homens.
Riu ao terminar e recebeu um "Não tem graça", ríspido de volta.
Saiu do quarto ainda gargalhando e foi para o seu preparar-se para a sexta-feira que se seguiria.



Desceu para preparar o café depois de já ter feito seus rotineiros hábitos matinais e não encontrou Caleb, sorriu cogitando algumas ideias sacanas e se dirigiu a cozinha para preparar a refeição da manhã e o leite de May que ainda dormia.

O telefone tocou alguns segundos depois e Campbell questionou-se.
Quem ligaria logo cedo e qual seria o motivo? Atendeu o mesmo com as sobrancelhas franzidas.
-Alô?
"Quem fala?" - A voz feminina do outro lado, denunciava ser alguém com alguns anos a mais de idade, mas não estava apagada nem muito menos cansada.
-Sou Chelsea. -Disse, ainda mais curiosa. -,quem é?
"Avó materna de May." - Cher não era capaz de vê-la, mas seu tom de voz deixava saber que um sorriso se escondia por entre as palavras. - "Me chamo Nalia." - Se apresentou com vigor e Campbell teve que tossir para encontrar sua voz, só conseguia pensar que aquela ligação poderia ser o aviso eminente de que tirariam May dela, não conseguia dominar esse pânico.
"Estou ligando pois gostaria que você viesse com Caleb a um jantar aqui em minha casa, para que pudesse nos conhecer." - Completou, Chelsea suspirou relaxando seus músculos, mas ainda sim incapaz de se acalmar.
-Seria um prazer lhe conhecer. - Afirmou optando por ser cordial, não começaria uma guerra só porque os avós de May estavam na justiça pela guarda da menina também, isso seria arrancar-lhe com burrice a razão que tinha.
Nalia sorriu nasalado do outro lado pois sabia que Chelsea estava nervosa com aquela ligação.
"Não se preocupe, isso é só para nos conhecer." - Afirmou.
Logo em seguida, senhorita Nalia pediu para que anotasse o endereço e o horário preferível para que estivessem lá, a ruiva anotou no bloco de notas próximo dela e o endereço escrito saiu com a caligrafia prejudicada devido às mãos tremulas.
Despediram-se e assim que bateu o telefone, Caleb apareceu no degrau da escada olhando-a paralisado esperando por explicações.

-Era a avó de May. - Disse, sem delongas e concluiu falando o motivo da ligação.
-Me deixa ver aonde é. - Pediu se aproximando.
Bateu os olhos no papel e reconheceu o endereço depois de ter lido os números. -, fica uma hora e meia daqui. - Comentou.
-Tudo bem. - Chelsea ficou pensativa, sua mente trabalhava algumas informações importantes, aquela novidade ainda não estava clara, não se preocupou com os detalhes de antemão pois tinha um dia inteiro pela frente para digerir aquilo, polparia esforços metais tão cedo. 



May acordou quando Campbell começara a preparar o café da manhã, Caleb subiu para pegá-la percebendo que Chelsea seria incapaz e apareceu na cozinha minutos delongo depois segurando May cuidadosamente.                                                          
-Trocou a fralda? - Cher perguntou sem olha-lo ocupada demais mornando o leite do bebê.                 
-Sim. - Confirmou e ela virou-se completamente indignada com aquele feito. 
-Jura? – Questionou rindo
-Está duvidando da minha capacidade? - Ele devolveu o sorriso e arqueou uma de suas sobrancelhas. Campbell voltou a fazer o que fazia gargalhando do mesmo.
Entregou-lhe a mamadeira depois de tê-la enxugado e May foi com sede ao bico.
Chelsea a olhou, tão lindamente a menina crescia, beijou-lhe as bochechas e inevitavelmente sentiu o cheiro agradável de Caleb, a atração física presente entre eles estavam os deixando completamente sensíveis a qualquer coisa.

-Como faremos amanhã? - A mulher perguntou depois de ter beijado May em um "Bom dia" e ignorado completamente os sentidos que Parker despertará nela
 -Sairemos uma hora antes, esteja pronta. - Afirmou. -, e vamos levar May. - Continuou depois de ter sentado a mesma em sua cadeira. 
Cher o serviu uma xícara de café e ele agradeceu com um sorriso.
-Estou nervosa. - Confessou.
-Não fique nunca conheci os pais de Lillian, mas por ela ter sido uma mulher tão incrível podemos afirmar que eles também devam ser maravilhosos. - Caleb confortou a ruiva que suspirou concordando. 
Quando ela sentou-se para servir o seu café, Caleb levantou-se.
-Preciso ir trabalhar. Vocês vão ficar bem? - Perguntou franzindo as sobrancelhas e Cher sentiu-se protegida, sorriu de suas palavras e da forma como ele olhava dela para May e de May para ela.
-Vamos sim. -Disse no meio de um sorriso que foi coberto pela xícara de café. - Não vamos neném? - Campbell disse para a pequena que abriu um sorriso de dentinhos que ainda nasciam.
Parker plantou um beijo na testa de Chelsea e May e subiu para se arrumar, rumo a mais um dia.


Aquela sexta custou a passar, tão devagar quanto Cher imaginava, não conseguindo conter a ansiedade crescente, contatou Abigaiul para contar-lhe dos acontecimentos.
A mulher lhe confortou via telefone dizendo que havia conhecido os pais de Lillian e que os mesmos eram agradáveis e gentis, disse que seria uma ótima oportunidade para May, afinal de contas não era certo privar a garotinha de conhecer sua família, independente das circunstâncias.
Salvou Chelsea com a notícia de que o vestido para aquela ocasião ficaria por sua conta, a ruiva negou veemente mas a mulher pediu-lhe que deixasse esse requisito por ela mesma pois fazia questão de ajuda-la com isso, com muita relutância Campbell aceitou fazendo questão de destacar que ficaria devendo Abigaiul por este feito.
No dia seguinte a mesma passaria lá com a roupa em mãos, Chelsea sabia tão somente que Abigaiul não a decepcionaria na escolha da vestimenta, então confiou inteiramente esta missão.
Campbell sentou-se no final da tarde com May no sofá e ligou à televisão em um canal de desenhos infantis, Roger também se deitou no tapete felpudo da sala e em silêncio ofereceu companhia as duas ali presente.
Campbell olhava para a televisão enquanto fazia carinho em May, mas sua mente estava longe, distante daquela dimensão.
Só conseguia pensar no que faria no dia seguinte, o que falaria aos avós de May, o que conversariam, como reagiria, aqueles pensamentos tornavam a ansiedade crescente e então ela só desejava algo para distraí-la até que a hora chegasse.



Caleb atravessou a porta e assim que entrou no cômodo a cena graciosa de May deitada completamente adormecida sob o busto de Chelsea, que também dormia chegou ao seu campo de visão, o homem desacelerou os passos mas Roger levantou o focinho e foi ao encontro dele, Parker acariciou o animal antes de deixar sua mochila sobre o sofá e a chave do carro em seu lugar de sempre, o ciclo que se repetiu.
A novidade foi o beijo na testa das lindas que cochilavam no sofá maior, em seguida subiu para tomar um banho.
Chelsea mexeu-se abrindo um sorriso de olhos fechados assim que ele saiu do cômodo, feliz por ter chegado.



E o dia seguinte chegou junto dele a certeza de que a noite também se aproximaria, quando Abigaiul apareceu com o vestido de Chelsea, ela teve a certeza de que aquilo era real. Agradeceu imensamente pelo feito, fazendo questão de lembrar que ficaria devendo aquele favor, a mulher mais velha dispensou os agradecimentos e se despediu depois de já ter amado May.
E então, quando o sol começou a se por no horizonte Chelsea começou a arrumar a bebê, colocou-lhe o vestido branco de bolinhas pretas que envolvia a cinturinha de May com uma fita de laços, ajeitou com muita dificuldade o cabelo da criança, repartindo-o no meio e amarrando-o dos lados, fazendo então o famoso penteado "Maria Chiquinha", depois de já ter posto as sapatilhas no bebê, Cher sorriu olhando-a admirada, como crescia rápido. A porta do quarto abriu-se no instante seguinte e Caleb apareceu ao notar May ele deixou que um sorriso moldurasse seus lábios sendo impossível esconder a emoção que fazia seus olhos brilharem.
-Como você está linda! -Aproximou-se deixando um beijo na bochecha corada do bebê que pôs as duas mãozinhas em cada lado do rosto do homem de barba rala. 
-Você não ficou em casa hoje, aconteceu algo? - Chelsea perguntou lembrando-se de que havia passado a tarde inteira com May e na companhia de Abigaiul. 
-Não, estava resolvendo algumas coisas na rua nada importante, não se preocupe. -Aproximou-se deixando um beijo na boca de Cher para confirmar suas palavras.
Separaram-se e notaram que a pequena os observava, Chelsea sorriu com o olhar da mesma sob os dois.
-Nunca faça isso, é errado!- Caleb advertiu sério e a pequena só fez abrir um sorrisinho, como se soubesse o que ele queria dizer com aquelas palavras.
-Vou ficar com May enquanto se arruma. - Cher comentou.
E assim se fez. 

Ela brincava com May quando o homem apareceu perfumado na porta, vestindo uma blusa social branca dobrada até seus cotovelos e uma calça do mesmo modelo de um tecido azul petróleo que parecia bem mais preto. 
-Pode ir agora Cher, fico com ela. - Ele afirmou indo em direção as duas e a garganta da mulher trancou. 
Parker era lindo em todas as suas formas, mas naquela era quase que irresistível, encantador, dócil tudo ao mesmo tempo e ela nem sabia que isso era meramente possível. 
As tatuagens expostas davam a ele um ar sensual, o cabelo bem arrumado, o perfume exalando fazia com que o desejo da ruiva fosse o inverso de sair dali, o agarrando e beijando até que cansasse. 
Pegou May em seu colo foi na direção do mesmo para deixa-la no dele, e quando se aproximou Parker tocou o queixo de Chelsea com o polegar e ergueu o mesmo para que seus lábios se encontrassem, e então a beijou lenta e profundamente como se soubesse que a vontade dela fosse exatamente aquela, por coincidência a mesma que a dele. 
-Venha logo, estou te esperando na sala. - Afirmou com a voz rouca e plantou um selinho em seus lábios saindo em seguida. 



Caleb P.O.V

E ela apareceu, uma hora depois tão linda como eu jamais imaginaria, fazendo valer a pena toda a minha espera em um vestido preto que denotava sua cintura, me fazendo imaginar como poderia ser a mesma por deixo dele, sensual, mas elegante.
Chelsea sorriu de lábios vermelho vinho e os dentes brancos ficaram denotados ali, peguei May em meu colo e fui a sua direção terminando de ajuda-la a descer as escadas com a mão desocupada. 
-Você está linda. - Disse a única coisa que fui capaz e beijei sua testa para não ser obrigado a borrar seu batom. 
-Obrigada, você também está incrível. - Notei suas bochechas ruborizarem. 
-Podemos ir? -Perguntei sorrindo. 
-Podemos. - Ela afirmou e andamos até a garagem, notando que já escurecia. 
Ajeitamos May em sua cadeira no banco de trás e Cher foi no da frente me fazendo companhia. 
-Hoje a noite promete. - Afirmei e gargalhei sabendo que a frase não tinha nenhum teor malicioso.
-Promete. - Ela confirmou sorrindo de minhas palavras e após verificar se estava tudo bem com May logo atrás, ligou o rádio na provável intenção de se distrair já que o caminho até Oxford era razoavelmente longo. 



"Não acredito em almas gêmeas ou frutas pela metade, mas eu acho que a gente se pertence, de alguma forma. Eu sou dele, sempre vou ser."                                                                                                - Gabito Nunes

C.H | Purpose | Capítulo 13

Nota Inicial: Comentários do capítulo anterior respondidos lá mesmo! <3 

Propósito. 


Prazer Sr. Parker, sou Maik Thompson. - O loiro se apresentou novamente e Caleb assentiu desviando seu olhar para fitar Campbell.
-Chelsea, onde está May? - Ele lembrou franzindo o cenho enquanto observava os olhos claros de Cher se moverem.
-Está com Abigaiul. -Disse rapidamente. - Entrei em contato com ela, e perguntei se poderia ficar com May por algumas horas até que Maik possa conversar conosco.
-Ele está aqui desde que hora? - Caleb questionou enquanto seu cérebro começava a fazer o processo de contagens em segundos e minutos que Campbell estivera a sós com o homem, sem se importar se havia sido indelicado.
-Desde as 10h00min. -Maik interrompeu, respondendo antes que ela pudesse dizer. Parker o fitou.
Ele estava á basicamente três horas ali.
Ficou alguns minutos em silêncio sem dizer nenhuma palavra, apenas observando a situação enquanto sua mente dava voltas e mais voltas.
Sarah Hudson era realmente carta fora do baralho?
Parker estava tão imerso a pensamentos que se quer perceberá que havia paralisado completamente, Chelsea pediu licença a Mark e puxou Caleb pelo braço para que pudesse sussurrar.
-Andrew! Teria como você dizer alguma coisa? Mark é o novo assistente social, precisamos demonstrar que somos as pessoas mais certas para cuidar de May. - Ela pediu com o olhar que buscava desesperadamente pelos dele. Assim que os encontrou, assentiu.
-Tudo bem. – Ele beijou a testa da mulher rapidamente. -, vamos lá; Temos uma hora.
Os dois voltaram juntos e sentaram-se frente a Mark, o homem fez algumas anotações, perguntando como era o dia de May, a rotina da casa e explicando a Caleb o que havia dito a Chelsea quando ele não havia chego ainda.
Disse que, agora faria algumas visitas semanais.
Ele estaria atento ao comportamento do bebê com o casal, todas as observações seriam anotadas e encaminhadas ao Juiz.
Mark esclareceu tudo nos mínimos detalhes, não esquecendo de anotar o endereço e pegar telefones para contato.
E então,chegou à conclusão que deixou Caleb surpreso.
-Bom, só dessa forma decidiremos quem será a melhor pessoa para ficar com May Parker.
 Chelsea, Caleb ou os avós maternos. - Sorriu brevemente para os dois.
Parker fitou Campbell que sorria para o loiro, a testa franziu e a raiva começou a fazer seu processo.
-Não, acho que você não entendeu. - A voz ríspida cortou o silêncio e o psicólogo o observou.
-Eu e Chelsea estamos tentando lutar pela guarda de May justos. - Afirmou.
-Sim. -Completou pacifico demonstrando estar a par daquela informação.
-Achei que estivesse pensando que Chelsea está solteira. -Foi claro Caleb.
Silêncio
-Na verdade disto eu não sabia Srª Campbell não havia me dito.
-Não? - Parker a olhou. -Não disse a ele amor, que estamos juntos agora? - O homem puxou-a pela cintura e a mulher sem jeito riu envergonhada.
-Na verdade, ele não perguntou sobre isso. - Campbell se defendeu surpresa pelas mãos quentes de Caleb sob sua pele.
-Desculpe Srª Campbell, não ter lhe perguntado sobre isso, foi de grande desrespeito. - Se redimiu Mark e Caleb quase sorriu.
-Tudo bem, não precisa se desculpar. Eu pensei que você já soubesse, por isso não contei.
-Na verdade, eu sei que querem cuidar de May juntos, mas não imaginei que estavam em um relacionamento.
-Agora sabe. - Caleb se levantou, e todos fizeram o mesmo.
-Mas uma vez peço mil desculpas pelo ocorrido. -Se desculpou novamente, Chelsea sorriu e estendeu a mão para que pudesse cumprimenta-lo, ele beijou a mesma olhando-a nos olhos. Caleb emitiu uma tosse falsa, e Mark deixou a mulher para cumprimentar Parker com um aperto de mãos, ele sorriu falso para o psicólogo.
O casal o levou até a porta e assim que o assistente foi embora, Caleb olhou para Chelsea a seu frente completamente desentendido com a raiva que havia guardado, completamente exposta.
-O que aconteceu aqui? -Ele começou bombardeando a primeira pergunta que surgiu, acompanhando Cher ir para cozinha.
-Nada de anormal, ele conversou comigo sobre tudo o que comentou com você assim que chegou.
-Durante três horas? - Caleb questionou.
-Até eu arrumar May, alimenta-la, organizar suas coisas e ligar para Abigaiul, foi algum tempo. - Respondeu, enchendo um copo com água. - Por que está irritado? -Perguntou observando-o por alguns minutos.
-Por que quando eu cheguei, tinha um cara na minha sala flertando com você descaradamente.
-Ele é o assistente social, um profissional. Não é um colega qualquer, que coloquei aqui dentro para... - Caleb a interrompeu, deixando-a mais irritada.
-Ele estava flertando você. - O homem cruzou os braços lembrando-se do olhar de Mark sob Cher.
-Ele não estava. -Negou engolindo uma golada grande de água.
-E porque ficou se desculpando assim que descobriu que estava comigo? -Elevou o tom de voz. - Descobriu, só porque eu contei, alias. -Fez questão de acrescentar, se esforçando para não deixar transparecer o quanto aquilo o havia incomodado.
Chelsea deixou o copo sobre a mesa e olhou para Parker nervosa demais para conseguir falar baixo.
-Achei que ele já soubesse que estava com você. - Se defendeu. - E sobre você estar pensando que ele estava flertando comigo, pra mim Mark estava apenas sendo gentil.
-"Sendo gentil"- Fez aspas imitando a voz de Cher, ela riu mudo.
-Você está com ciúme por quê? - Se aproximou sem conseguir conter o sorriso desenfreado.
-Não estou com ciúme, estou te lembrando de que temos um acordo. - Disse grosso. - Acordo qual, é lutar pela guarda de May juntos, para isso estamos mantendo essa falsa relação. - O termo "falsa relação" machucou Campbell.
Ela ficou em silêncio.
-Se estamos em um acordo, você não pode sair dando mole pra outros caras, ainda mais quando o cara é o assistente social. -Concluiu, olhando o relógio rapidamente e lembrando-se que precisa voltar ao trabalho e que se quer havia comido algo.
-Você está sugerindo que eu estava dando mole para Mark? - Chelsea questionou com as sobrancelhas erguidas buscando pelo olhar do homem a sua frente. -, e que nossa relação é uma farsa? O beijo daquela noite foi uma "mentirinha" também? - Chelsea sussurrou com olhos líquidos de mágoa em um misto de raiva pela possível possibilidade dele tê-la apenas a usado.
Caleb recordou-se e suspirou.
Percebendo que ele não falaria nada Campbell continuou.
-Mark em nenhum momento fez comentários sugestivos ou demonstrou querer algo a mais comigo.
-Imagina, estava te comendo com olhos. - Caleb murmurou, sendo incapaz de conter aquele comentário.
-Ele tem consciência que está em um ambiente de trabalho, não é louco como Sarah que não sabe separar as coisas. - Desabafou. - Lançou olhares admirados, por me chamar bonita.
-Ele te disse isso? - Parker quase não a deixou terminar.
-Em um elogio breve.
-E não flertou? - Questionou.
-Não.
-Sei. -Caleb desconfiou.
-Eu sei que você sabe. - Continuou.
-Ainda bem. - o moreno rebateu.
-Tudo bem. - Afirmou. - Depois eu que sinto ciúme e não admito.
-Não estou com ciuminho. - Chelsea se aproximou tocando seu rosto avermelhado, ele desviou o olhar, estava bravo.
-Você não falou que estava comigo. - Contou aquilo que tanto o incomodava.
-Eu estou? - Perguntou, buscando o olhar do homem.
-Temos um acordo.
-Diria que estou com você se estivesse em perigo, mas ele não tentou nada. - Chelsea queria que os olhos verdes de Caleb a fitassem, mas ele não fez isso.
-Ele estava olhando pra você, te desejando. –Ela sorriu mudo, ele estava com ciúme.
-O ciúme é o receio de perder alguém pra outra pessoa. - A mulher comentou, com uma das mãos no ombro de Caleb que olhava o nada.
-Por que ta falando isso?
-Não tem como perder o que você não tem. - Chelsea sussurrou.
Silêncio.
Caleb pensava nas palavras da mulher.
Ele a olhou fixamente, e o choque de sua ação fez Campbell sorrir de leve.
-E o que te faz pensar que eu não te tenho?- Pegou-a guiando pela cintura.
-O fato de você ter ignorado aquela madrugada. - A ruiva se sentiu aliviada por ter desabafado aquilo que tanto havia lhe incomodado durante aquela semana.
-Não trabalho com palavras Chelsea, então não espere isso de mim. -Afirmou ríspido.
-O que quer dizer?
-Que não demonstro sentimento com palavras, demonstro com ações. - Respondeu e calou temporariamente a mulher a sua frente. - Se não comentei nada sobre aquela madrugada, não foi porque a ignorei.
Ele falou, e Chelsea lembrou-se de ter sentindo os olhos do homem quentes em seu corpo pela manhã, na risada do café, no beijo molhado deixado na testa assim que saiu para o trabalho, coisas simples e ações que deixavam a perceber que ele havia se importado.
-Desculpe. - Ela pediu com os olhos presos nos dele, e ele selou os lábios vermelhos da mulher, completamente incapaz de negligênciar seu desejo.
-Aquela madrugada foi linda. - Ela abriu um riso de olhos fechados. - Obrigada.- o Moreno sussurou com os lábios por cima daquele sorriso.



Horas mais tarde quando Caleb já havia voltado ao trabalho, Abigaiul chegou com May em seus braços.
-Como você está Chelsea? Não tenho vindo aqui ultimamente pelos motivos de Parker, achei melhor me afastar para que você pudesse tomar as decisões que lhe couber, mas quero que saiba que independente de qualquer coisa, sempre estarei aqui pra você. – Cher deixou que um sorriso moldurasse seus lábios assim que passou May para seu colo deixando um beijo em sua testa.
-Sou grata por ter você, não se preocupe tudo vai bem. – Afirmou sorrindo.
-Vejo que está feliz-Abigaiul reparou. -, como vão as coisas com Caleb?
-Estamos nos entendendo. –Disse apenas. – Você quer entrar e comer alguma coisa?
Abigaiul entrou, e Chelsea iniciou um diálogo sobre o andamento do processo de adoção de May, apesar de a mesma estar atualizada sobre os principais acontecimentos por seu esposo ser o advogado de Campbell, a mulher a deixou ainda mais a par dos acontecimentos em detalhes.
-Fico feliz que você esteja se dando bem com Caleb, assim as coisas ficaram bem mais fáceis de serem resolvidas, não é mesmo minha querida? – As orbes claras fitaram May em pé apoiando-se nos joelhos de Chelsea. A garotinha abriu um sorriso para a mais velha.
-Sim Abigaiul. – As duas fitaram a bebê. A menininha crescia saudável, cheia de uma alegria palpável que fazia os olhos de quem quer que a olhasse brilhar mais intensamente, Campbell sentia-se orgulhosa. – Abigaiul, obrigada por ter cuidado de May hoje, obrigada mesmo.
-Não agradeça. – Afirmou levantando-se plantando um beijo na testa de May, evidenciando que se despedia.
-Sei que não gosta que eu a agradeça, mas é quase impossível. – Falou Cher sem saber quais palavras usar.
-Eu amo você. – Beijou a testa de Cher. – Vou indo agora, deixei Ethan com o pai. – A mulher mostrou a língua comprimindo os olhos em uma careta divertida, pegou a bolsa e Cher a acompanhou até a porta com May em seus braços, se despediram depois de mais uma nota de agradecimento de Chelsea, e Abigaiul se foi com o coração transbordando de felicidade, por finalmente perceber que as coisas estavam dando certo para Campbell depois de tanto sofrimento.



-CHEGUEI! – Caleb entrou sorridente feliz, pelo fim do expediente. – Oi Cher... – As palavras morreram assim que os seus olhos bateram na cena graciosa de May em pé sorrindo em seus primeiros passos, os olhos umedeceram no mesmo momento. Chelsea a chamava com os braços erguidos, sentada no tapete com um olhar que carregava um orgulho liquido, tão feliz e concentrada em não perder nenhum passo de May, que só reparou em Caleb quando a bebê caiu sentada e bateu palminhas alegres.
-Que coisa linda! – Chelsea se aproximou para enchê-la de beijinhos, e observou Caleb deixando a bolsa em cima do sofá.
-Essa foi à coisa mais linda que vi hoje. – Parker comentou beijando May depois de Chelsea. -, Parece que a pequena esta crescendo.
-Sim. – Cher confirmou. -, Estou feliz por você meu amor. – Disse olhando-a, falando com a bebê como se ela já fosse capaz de respondê-la.
-Estamos. – Caleb completou a tempo da ruiva olha-lo observando May com os olhos verdes brilhantes.

Escureceu-se o dia, evidenciando que o mesmo já estava chegando ao fim.
May dormia, e Caleb muito provavelmente fazia o mesmo naquele momento.
Chelsea e ele estavam em um elo profundo e haviam se tornado grandes companheiros.
Depois de já terem feito suas refeições e de Parker ter-lhe contado detalhes de seu dia, Chelsea entrou no chuveiro e saiu do mesmo com um incômodo que acomodava muito espaço em seu coração.
Era a saudade dando-lhe o ar da graça novamente.
A mesma já era tão presente em sua vida, que quase tornava-se fisíca tamanha sua grandeza.
A mulher sentou-se em sua cama enrolada em sua toalha de banho e suspirou olhando para o nada enquanto pensava em quantas mil e uma saudades existiam no mundo.
E por quê, Deus escolherá justo a pior para ela?
Infinidades e mais infinidades de sentimentos indefinidos, ou apenas de difícil explicação no universo, ou até mesmo fora dele (nunca se sabe), mas o mais indefinível; É a saudade.
-Amor e Saudade talvez? - Campbell ergueu dois dedos numerando os citados. Pensando que,  talvez o pior deva ser sentir saudade de alguém que ama, ou não, sentir saudade de alguém que ama e se foi, deve ser copiosamente a pior coisa.
Concluiu então que, o pior tipo de saudade é aquela que não se pode matar.
Levantou-se, vestiu-se de roupas para dormir e silenciosamente deixou seu quarto em passos cuidadosos. Da mesma maneira adentrou no comodo onde Lillian costumava deixar suas pinturas e quadros, e sentiu a tristeza tão imensa por saber que alguns jamais seriam concluídos, respirou fundo, engoliu o choro e abriu a janela para observar a lua, fechou os olhos e fez uma oração mentalmente.
Pediu forças.
E quando os abriu novamente, uma estrela no céu pareceu brilhar mais forte, como se a natureza fosse atender ao seu pedido.
E então, ela deixou que uma lágrima rolasse de seus olhos, se permitindo enfraquecer mais uma vez.
Queria Lilly e Clark novamente em sua vida, queria tão poderosamente que seria capaz de qualquer coisa para tê-los.
Pensou em muitas coisas e nenhuma delas indicavam uma solução para aquela saudade.
O amor, um sentimento tão forte e bonito capaz de se sacrificar, capaz de se deixar, de ir, de se machucar, de se dolorir, de se expor, de aguentar, tolerar, relevar, entender, capaz até mesmo de se auto-degrinir, enfrentar as leis e todas as éticas humanas, não era capaz de trazer de volta quem já se foi.
Porque por amor somos capazes de morrer por alguém, mas não somos capazes de trazer a existência quem já não vivi mais.
A saudade existe para provar amor, demonstrar importância, para fazer dos reencontros mais bonitos.
Mas, ela não esta nem aí pra quem é destinado o sentimento. 
Idaí que quem você ama já morreu? Idaí que não poderá mais ter a presença fisíca, a voz, o cheiro, o abraço, Nenhum reencontro?
A saudade só que se alimentar disso, porque ela definitivamente não liga pra você.
-Cher...- Caleb entrou assustando Campbell, ele percebeu mesmo que ela estivesse de costas, que a mesma chorava. Sabia do motivo também, aproximou-se da mulher cheirosa sem dizer nenhuma palavra e plantou um beijo em seu ombro nu, deixando suas mãos em cada lado de sua cintura.
-O que houve? - A ruiva perguntou sem se mexer.
-Estou sentindo falta de você. - Disse rouco contra a nuca da mulher e ela sentiu o arrepio correr-lhe o corpo no mesmo instante.
-Estou aqui.
-Exatamente, está aqui.
-Sim. - Respondeu sussurrado.
-Vamos para o meu quarto, porque estou sentindo saudade de você lá. - Ele disse acariando a cintura da ruiva a sua frente e ela sorriu.
-Que engraçado. -Comentou-, estava pensando sobre saudade agora.
-Sei que sente, eu também sinto a ausência de Clark e Lilly em minha vida. -Ele foi exatamente ao ponto.
-Queria não sentir.
-Impossível, mas penso que agora eles estão em um lugar melhor e se foram com um propósito. -Concluiu e Chelsea virou-se delicadamente por almejar olha-lo nos olhos, e foi exatamente isso que aconteceu.
-Eu não consigo imaginar um propósito com base na ida deles, porque depois que se foram, nada mais pareceu fazer sentido. -Desabafou.
-Eu e você fazemos sentido. - Ele disse fazendo Campbell olha-lo desentendida. - O propósito dessa ida, talvez tenha sido a de juntar nós dois.
Silêncio se fez.
Caleb se aproximou e consequentemente, Campbell fechou os olhos para sentir seus lábios macios nos dela, um beijo lento e ritmado, cheio de desejo iniciou-se.
O homem ergueu Campbell pondo-a na janela de costas para imensidão escurecida do céu estrelado de lua crescente e beijou-a apaixonado, passando a mão pelas coxas grossas enquanto sentia as de Chelsea em sua nuca, completamente entregue a ele.
E então,ela entendeu o real significado da palavra "Propósito".


Propósito
projeto, desígnio.
objetivo, finalidade, intuito.


Notas Finais: Mil perdões pela demora, acabei perdendo o capítulo, quase desistindo do blogger e completamente sem tempo para escrever as partes que faltavam! Mas, está ai. Obrigada a Ana e a Mel pelos comentários tão lindos, este capítulo é totalmente dedicado a vocês! <3 eu passei todo este tempo só relendo os comentários antigos para encontrar inspiração para as cenas. Amo muito vocês e prometo tentar não demorar nos próximos. 
Beijo enorme!